A conectividade 5G no campo Brasil avança de forma acelerada, mas ainda enfrenta desafios estruturais. Segundo dados do Indicador de Conectividade Rural (ICR), a cobertura em áreas rurais saltou de 18,7% para 33,9% entre 2023 e 2024, reforçando a importância da expansão digital para o agronegócio.
Embora mais de 800 municípios já contem com 5G, a interiorização da tecnologia ainda tem como prioridade garantir conectividade plena em zonas rurais.
Crescimento da conectividade rural e impacto no agronegócio
A conectividade rural no Brasil cresceu 81% em apenas um ano, segundo o ICR, indicador responsável pela mensuração de cobertura digital fora dos centros urbanos. Essa expansão tem impacto direto na agricultura de precisão, pois permite o uso de tecnologias como IoT, monitoramento remoto e automação agrícola.
Regiões próximas a eixos logísticos como BR‑153 e BR‑158 têm se tornado polos de dinamização digital. Aumentar a conectividade rural significa empoderar pequenos e médios produtores, sobretudo com soluções inteligentes e sustentáveis.
Políticas de expansão e legislação favorável
O Ministério das Comunicações anunciou que o sinal 5G já está em mais de 800 municípios e é parte do Novo PAC, estratégia nacional de inclusão digital. Assim, o governo projeta cobertura em todo o Brasil até 2029.
Além disso, cerca de 1.000 cidades já adotaram leis de antenas compatíveis com a expansão do 5G, o que facilita a instalação de torres e pequenas antenas essenciais ao desenvolvimento da rede.
Benefícios da conectividade 5G no campo
Com o 5G no campo, a conectividade rural no Brasil permite uma verdadeira revolução produtiva. Estima‑se que a implantação da tecnologia eleva em R$ 6,5 trilhões o PIB agro até 2035 e aumenta a produção agrícola em R$ 101 bilhões.
Além disso, a digitalização oferece ganhos em logística, sustentabilidade e segurança da produção, com sensores em tempo real e uso eficiente dos recursos naturais.
Desafios persistem na expansão rural
Apesar da rápida evolução, ainda existem muitos gargalos. Alguns municípios carecem de legislação adequada para instalações de 5G. Em cidades sem lei de antenas atualizada, cada estação atende em média 7.031 habitantes — contra 3.189 nos locais com legislação adequada.
Além disso, a densidade de antenas exigida pelo 5G, devido ao uso de frequências altas, acompanha altos custos e burocracia regulatória. Como resultado, áreas remotas seguem com baixa conectividade, dificultando adoção de agricultura digital eficiente.
Conectividade 5G no campo: perspectivas e próximos passos
O avanço da conectividade rural no Brasil está alinhado ao compromisso do governo federal com a inclusão digital. A meta é conectar todas as regiões com internet de alta velocidade até 2029, especialmente por meio do Novo PAC.
Por outro lado, pequenos provedores regionais têm tido papel importante, especialmente em áreas onde grandes operadoras ainda não atuam.
A continuidade depende da atualização de leis municipais, do impulso na instalação de antenas e do investimento em educação digital para produtores rurais, especialmente do segmento familiar.
Conclusão
O avanço da conectividade 5G no campo Brasil é marcante e essencial para modernizar o agronegócio. Porém, ainda precisa de ações coordenadas e políticas consistentes para garantir que todas as regiões rurais sejam contempladas.
Só assim será possível transformar o campo brasileiro em um ecossistema digitalmente conectado, produtivo e competitivo, beneficiando a economia e a inclusão social.